TESTEMUNHOS, AUTOBIOGRAFIAS E AUTOFICÇÕES NA LITERATURA LATINO- AMERICANA CONTEMPORÂNEA

O projeto pretende dar visibilidade a textos memorialísticos contemporâneos produzidos em países da América Latina tais como: Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Cuba, República Dominicana e Guatemala, dentre outros. São privilegiados, por um lado, testemunhos e depoimentos relacionados a componentes históricos e políticos dessa parte do continente e, por outro, narrativas identificadas com o que se convencionou chamar de autoficção. A fundamentação teórica que embasa a primeira parte do projeto está ligada, sobretudo, à noção de literatura testemunhal (ou testimonio, em língua espanhola), isto é, textos escritos por sobreviventes de guerras, ditaduras, torturas, escravidão, etc, e se reportará aos conceitos, desenvolvidos por Márcio Seligmann-Silva (2003), de superstes (depoimento do próprio sobrevivente) e de testis (testemunho ocular de um terceiro). O projeto igualmente dará ênfase a textos híbridos da literatura brasileira e/ou latino-americana contemporânea, isto é, narrativas que pressupõem um caráter autoficcional em sua composição e tessitura, em consonância com o que Serge Doubrovski propôs chamar de ficção, de acontecimentos e de fatos estritamente reais (apud Noronha, 2014, p. 23), ao rotular esse procedimento como autoficção, na contracapa de sua narrativa Fils, em 1977.