SABERES DECOLONIAIS LATINO-AMERICANOS: NOVAS EPISTEMOLOGIAS NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA

O presente projeto de pesquisa busca um panorama contemporâneo de caráter libertário na literatura latino-americana, ou seja, o de uma literatura capaz de revisar as nossas feridas sócio-históricas (colonização; escravidão, ditadura) e, a partir de uma postura de resistência, construir uma nova perspectiva de futuro, com direito à memória e com direito de construção à própria literatura, desde abajo y desde dentro, aos moldes de Eduardo Galeano1 . Essa atual configuração literária comumente apresenta processos pertinentes à representação do real através das fases de conflito existencial e cultural expostos por suas personagens, a saber: 1) episódios de imitação da opressão; 2) episódios de falsa obediência e transgressão; 3) desenvolvimento da consciência crítica existencial; 4) resgate das memórias individuais e coletivas (por vezes nacionais); 5) demarcação de um posicionamento; 6) construção da identidade e 7) surgimento de uma nova postura epistemológica g/local. Em tal contexto, dou preferência ao termo decolonial, ainda que ambos os termos, descolonial/decolonial, tenham sido usados de forma recorrente e frequente nos últimos anos, mas sigo o cunhado por Anibal Quijano (2005) por se tratar de um pensador que, além de ser latino-americano, sempre teve como escopo de pesquisa acadêmica a América Latina. Contudo, nos estudos pós-coloniais, há uma predileção pelo termo descolonial, especialmente porque se entende que a Literatura e demais Artes têm um potencial enorme de descolonização das mentes.