A hipótese central gravita em torno da necessidade de compreensão das narrativas de escritores/as indígenas brasileiros/as de modo processual, o que significa, entre outras coisas, colocar em prática seu deslocamento de uma perspectiva folclorizada e escrita por não indígenas, alocando-as/incluindo-as na historiografia literária brasileira. Do ponto de vista temático, serão tratadas questões relativas à memória, à literatura, à subjetividade, à oralidade e à escrita e suas representações dentro da estrutura estética do objeto literário/das narrativas indígenas. A ideia geral da pesquisa é interpretar e estabelecer proposições crítico-analíticas sobre a literatura indígena brasileira, habitada por narradores/as cujas vozes, ainda que utilizando o discurso em primeira pessoa (“eu”), compõem um coletivo, um “nós” que dá suporte à memória cultural como forma de resistência e (re)existência e que garante aos/às indígenas brasileiros/as os mesmos direitos à constituição não somente de seus textos literários, mas também de sua própria concepção do seja literatura, buscando problematizar caminhos críticos que estiveram/estão marcados por interfaces em que se cruzam valores representativos de perspectivas teóricas estigmatizadas, como as que veem os textos escritos por indígenas como folclore. O método analítico-historiográfico de abordagem da diversidade literária será associado ao aporte teórico oferecido pela teoria literária, pela teoria crítica, pela filosofia e pela antropologia.