Por Jorge Luiz Nunes dos Santos Junior – Pós-doutorando do PPG-Letras e coordenador do Projeto de Extensão “Como os professores devem agir em tempos de Inteligência Artificial?”
24/10/2025
Graduandos do Curso de Letras da FALE ministraram, no dia 07 de outubro de 2025, uma oficina sobre o uso da IA aplicada à produção de gêneros textuais. A ação representa parte dos objetivos do projeto de extensão “Como os professores devem agir em tempos de Inteligência Artificial?” que não se restringiu apenas em atender ao público docente, mas também buscou orientar os estudantes da educação básica em como utilizar as ferramentas de IA de modo ético em sala de aula.

Realizada na escola E.E. João Antonio Ribeiro, em Itaporã/MS, os graduandos Milena Novais de Oliveira, Nathalia Rodrigues Monteiro, Dannielly Dândara Matos Gonçalves e Yuri Santana Lira foram os protagonistas da oficina, atuando em três turmas do primeiro ano do Ensino Médio, sob a orientação professor Jorge L. N, Santos Junior (pós-doutorando do PPG-Letras) e do professor Leandro da Silva Oliveira (mestrando do PPG-Letras).
O projeto de extensão “Como os professores devem agir em tempos de Inteligência Artificial?” é vinculado ao Programa PROEXT-PG/UFGD, intitulado “A extensão universitária na Pós-Graduação da Universidade Federal da Grande Dourados/UFGD”, iniciado em 2023, aprovado na chamada Conjunta CAPEAS/SESU n.1, de 08 de novembro de 2023 e, ainda, ao Grupo de Pesquisa em Linguagem e Transculturalidade (GELT/CNPq), liderado pelas professoras Thayse Guimarães e Edilaine Buin. Uma das frentes de discussão do GELT é como articular o uso das plataformas de IA no auxilio em tarefas específicas no âmbito da graduação e da pós-graduação, tendo em vista que o uso dessa tecnologia cresce exponencialmente. Assim, o projeto de extensão buscou compartilhar as experiências vivenciadas com o uso ético da IA no âmbito universitário com a comunidade externa, formada por professores e estudantes da educação básica.
Desse modo, além da oficina ofertada em Itaporã/MS, o projeto de extensão realizou rodas de conversa e formações práticas com os professores de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II, da SEMED, em Dourados/MS e com os professores e gestores da E.E. Antonio João Ribeiro.




Os resultados do projeto mostram uma urgência em capacitar aos professores da educação básica no uso das ferramentas de IA, para que se sintam encorajados a ressignificarem suas práticas pedagógica, pois o ChatGPT já faz parte do cotidiano dos alunos. Além disso, o envolvimento dos graduandos com a extensão e, mais especificamente, com atividades dentro da escola, contribui para o desenvolvimento dos futuros professores, como é possível observar nos próprios relatos dos acadêmicos:
“Início dizendo que foi uma das melhores experiências da minha vida. Estar à frente, exercendo uma função tão importante como a de formador, sempre me assustou. No entanto,
estar presente, ouvir os alunos e apresentar o conteúdo foi prazeroso de uma forma que eu nunca imaginei que seria. Sou grato pela possibilidade de estar em sala com orientadores e
amigos queridos que me auxiliaram imensamente no processo de construção da minha confiança acadêmica. Ter o apoio e o incentivo de cada um foi primordial para que essa
experiência fosse tão mágica para mim (Yuri).”
“Ao chegar à escola senti uma tensão muito forte, pois tinha medo de que minha explicação não fosse coerente o suficiente. No entanto, assim que iniciamos a prática e pude conhecer os
alunos, consegui me soltar e exercitar minha oralidade durante a apresentação do projeto. Após concluirmos a parte explicativa da extensão, seguimos para a prática. Observei, então,
uma certa insegurança por parte dos alunos. Diante disso, procurei me posicionar de forma acolhedora, elogiando suas produções. Notei que, a partir desse momento, ficaram mais
animados com a escrita e passaram a me fazer mais perguntas sobre seus textos (Milena).”
“Participar deste projeto foi, sem dúvidas, gratificante demais. Pude colocar ainda mais em prática as vivências da sala de aula. Foi um prazer enorme contribuir um pouquinho para a formação desses jovens, mostrando que o conhecimento é a base para o uso de qualquer ferramenta, e que no fim, somos nós os operadores. […] As máquinas e softwares devem apenas nos auxiliar. Espero que eles tenham aproveitado e gostado tanto quanto nós. Viva à educação, à pesquisa e ao ensino de qualidade (Nathalia).”


